quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mundial 2010 - África do Sul

Entrevistas

Um espião disfarçado

Um espião disfarçadoSe
fosse um filme de espionagem e não a preparação para uma partida da Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010, qualquer pessoa poderia pensar que Washington Sebastián Abreu esteve tantos anos no México como agente de inteligência disfarçado do Uruguai reunindo informações para o jogo, que ele definirá a sorte das duas seleções no Grupo A nesta terça-feira, em Rustemburgo.Depois de jogar sete temporadas no Campeonato Mexicano em sete clubes distintos, El Loco Abreu é um dos profissionais mais indicados para analisar o próximo rival da Celeste. "É uma equipe muito competitiva, com alguns jogadores que estão no seu segundo Mundial e que vêm somando experiência em equipes importantes da Europa. Têm inclusive um técnico que trabalhou lá recentemente e soube transmitir aos jogadores a dinâmica necessária para esse tipo de torneio. Além disso, depois do que vi aqui até agora, gosto ainda mais do México. Mas nós temos de enfrentá-lo", afirma o atacante à FIFA.O dono da camisa 13 uruguaia encontra pontos de comparação entre as duas seleções. "Da mesma forma que nós, eles conseguiram ajustar detalhes táticos importantes e são capazes de defender com três ou quatro jogadores sem que isso afete o sistema de jogo. O mesmo ocorre no ataque: ambos podemos atacar com três atacantes, com dois atacantes e um armador, com um centroavante e vários meias que chegam ao ataque. Será uma partida interessante", presume.Além dos números
A única vez em que Uruguai e México se enfrentaram em uma Copa do Mundo da FIFA foi na Inglaterra 1966, e o resultado foi um empate em 0 a 0. No entanto, consideradas todas as partidas entre as duas seleções, os números favorecem os mexicanos, com sete vitórias contra três derrotas em 17 jogos. Na verdade, na última vez em que se enfrentaram, na disputa pelo terceiro lugar da Copa América 2007, o México venceu por 3 a 1 e Abreu marcou o único gol uruguaio. "Não serve como parâmetro. Eles sofreram muitas mudanças e nós também. Hoje a situação é completamente diferente e, quando soar o apito, os números não importam", afirma Loco Abreu, autor de 26 gols em 57 jogos pela seleção.Abreu tem vários conhecidos entre os próximos adversários, mas ainda não conversou com nenhum deles. "Farei isso durante o reconhecimento do campo, imagino", diz sorrindo. Mesmo assim, não vê nenhuma vantagem nisso. "No máximo, posso passar alguns detalhes aos meus companheiros sobre como joga um jogador, para que lado costuma ir o outro... Nada além disso."O jogador reconhece que os confrontos com o México tomaram uma dimensão maior com o passar do tempo, mas acha exagero considerá-lo um clássico. "Respeitamos o México pelos avanços obtidos nos últimos anos, mas os adversários clássicos do Uruguai são historicamente Argentina e Brasil." O atacante não ficou surpreso com a vitória do México sobre a França. "Nenhum resultado desse grupo me surpreendeu porque sabíamos que ele seria muito equilibrado e, na verdade, todos ainda podem se classificar."Concentração total
Depois de sofrer, em média, mais de um gol por partida nas eliminatórias sul-americanas, o Uruguai ainda não sofreu nenhum na África do Sul. "Não relaciono isso a nenhuma grande mudança, mas sim a ajustes de detalhes graças à possibilidade de trabalharmos mais tempo juntos, algo que é impossível nas eliminatórias", disse o atacante. No entanto, ele reconhece a marca ofensiva da equipe. "Isso tem a ver com o projeto que existe por trás: jogar bem é a prioridade. E com o potencial de atacantes que temos, fica fácil apostar no ataque", acrescenta sem falsa modéstia Abreu, que marcou cinco gols nas eliminatórias.Embora um empate com o México garanta a classificação do Uruguai e evite um possível encontro com a Argentina, Loco Abreu nega totalmente qualquer tipo de especulação. "Na minha experiência, quem joga para empatar tem mais possibilidades de perder. Por isso apostaremos na vitória sem deixarmos de ser precavidos: se faltarem 15 minutos e tivermos que nos conformar com o ponto de classificação, isso será suficiente. Mas a ideia é sair para ganhar."Sobre o entusiasmo despertado pela seleção no seu país e o possível confronto das oitavas, Abreu é cauteloso. "Sabemos da alegria existente, mas não devemos perder o foco. Antes está o México, e é importante terminar em primeiro. Depois analisaremos o que virá."----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


A um passo da vaga, Agüero abre o jogoO argentino Sergio Agüero está diante de uma grande oportunidade. Um dos grandes destaques do Atlético de Madri, o atacante, que deu mais velocidade e qualidade para a Argentina depois de entrar em campo diante da Coreia do Sul, pode ser titular no jogo contra a Grécia, no encerramento do Grupo B da Copa do Mundo da FIFA.

Horas antes da grande partida, Kun, como é conhecido, artilheiro da seleção alviceleste nas eliminatórias, falou com a FIFA sobre o atual momento, a disputa por posição dentro da seleção argentina e a relação com o técnico Diego Maradona, que não é apenas treinador do selecionado, como também o seu sogro.

Sergio, a seleção argentina conta com excelentes jogadores da metade do campo para a frente, muito respeitados nos melhores clubes da Europa. Como é a convivência de vocês no grupo?
É verdade, todos os jogadores desta equipe são importantes nos seus clubes, mas aqui é tudo diferente. Quando se está na seleção, todos assumem a mesma relevância. É algo positivo, porque ninguém sente que está com toda a responsabilidade sobre os ombros, pelo contrário. É questão de aproveitar os grandes jogadores que temos e fazer o melhor em campo. Por enquanto está tudo bem.

A equipe está rendendo muito bem. Qual é a motivação?
Há um pouco de tudo. Diego e a sua presença, a camisa em si... no meu caso, tive a sorte de render bem tanto no Mundial Sub-20 quanto nos Jogos Olímpicos. Sempre dou o melhor que tenho, como quando entrei nos últimos minutos contra a Coreia do Sul. Felizmente, a equipe jogou bem e marcou dois gols rapidamente, o que nos acalmou. Agora temos que seguir no mesmo caminho e dar tudo contra a Grécia.

As dúvidas das eliminatórias parecem ter ficado para trás e a equipe está se mostrando sólida. Concorda?
Sim, mas acho que podemos melhorar ainda mais com o decorrer dos jogos. Contra a Coreia do Sul, jogamos melhor do que na estreia, e isso nos ajudou a ganhar ainda mais respeito, o que ajuda a enfrentar a Grécia com mais confiança. Sei que faremos uma boa partida e que encararemos com tranquilidade a próxima rodada. A Argentina voltará mais forte para o mata-mata.

Muita gente se pergunta sobre como é a sua relação com Diego Maradona, que é seu sogro além de ser o seu treinador. Como você lida com esse aspecto?
Para mim, Diego é o técnico, que respeito como todos os meus companheiros. Fora daqui somos família, claro: é o meu sogro e o trato como tal. Nos damos muito bem! Mas, uma vez que estamos com a seleção, cada um sabe o papel que ocupa: sou um jogador e ele é o treinador. Quando eu jogo, faço isso pela Argentina e pela camisa. Se puder ajudá-lo, ainda melhor.

Falemos da Grécia, um país apaixonado pelo futebol e que soube ganhar uma Eurocopa contra todos os prognósticos. Que tipo de partida vocês esperam?
É uma equipe com jogadores muito bons, que podem complicar a partida. Mas temos que nos manter como agora. Pessoalmente, já enfrentei o (Sotirios) Kyrgiakos quando jogamos contra o Liverpool e também os atletas do Panathinaikos. Conhecemos os gregos bem e sabemos como jogar. Será importante definir tudo o quanto antes.

Jogos

O milagre americano

The USA team celebrate Landon Donovan's winning goal that sends the USA through to the second round of the 2010 FIFA World CupForam precisos mais de 30 chutes a gol e, provavelmente, alguns picos de arritmia cardíaca. Mas, com choro e sufoco, os Estados Unidos se classificaram para as oitavas de final da Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010.


Durante quase toda a partida desta quarta-feira diante da Argélia em Tshwane/Pretória, os americanos estiveram eliminados. Isso embora tenham tentado de tudo – incluindo aí bola na trave, inúmeras defesas do goleiro adversário Rais M’Bolhi e um interminável abafa na área com cinco atacantes durante boa parte do segundo tempo.

Só nos acréscimos da etapa final, quando a partida era uma loucura de ataque de parte a parte, é que o gol saiu para a vitória por 1 a 0. Landon Donovan foi o herói da classificação daquele que, de repente, de eliminado, se tornou o líder do Grupo C com cinco pontos – mesma contagem da Inglaterra, que venceu a Eslovênia por 1 a 0.

Após o empate em 2 a 2 contra a Eslovênia na segunda rodada – quando buscou uma desvantagem de 2 a 0 no segundo tempo utilizando três atacantes – os EUA entraram em campo dispostos a colocar em prática uma formação ofensiva desde o começo, com dois atacantes – Jozy Altidore e Herculez Gomez – constantemente ajudados por Clint Dempsey e Landon Donovan.

Para a Argélia, por outro lado, não havia outra opção para seguir com chances de classificação que não uma vitória. O resutado foi que, desde o início, a partida já tinha cara de decisão. Com seis minutos, num lançamento longo, a zaga norte-americana falhou e Rafik Djebbour matou no peito e acertou um lindo voleio no travessão. No rebote da jogada, contra-ataque dos Estados Unidos Herculez Gomez obrigou Rais M’Bolhi a espalmar para escanteio.

Era apenas o começo de um jogo emocionante de ataque e contra-ataque constantes, de ambos os times, algo que só se tornou mais intenso depois que a Inglaterra abriu o placar diante da Eslovênia em Nelson Mandela Bay/Port Elizabeth, com direito ao ex-presidente norte-americano Bill Clinton na plateia.

A alguns minutos do fim da primeira parte, os americanos tiveram duas chances claríssimas, sempre vindas dos pé de Landon Donovan: aos 33, ele deu lindo passe para Dempsey, que bateu travado e forçou M’Bolhi a uma boa defesa. Dois minutos depois, o camisa 10 tabelou, recebeu na área, tirou a bola do goleiro e a deixou com Jozy Altidore. De novo a defesa argelina chegou a tempo de atrapalhar e fazer com que o atacante chutasse por cima do gol.

No intervalo, o técnico Bob Bradley adotou a mesma estratégia que levou à reação diante da Eslovênia: fez uma substituição aparentemente defensiva – um meio-campista, Benny Feilhaber, no lugar de um atacante, Herculez Gomez - mas que na prática deixou os EUA com três atacantes em Dempsey, Altidore e Donovan.

Foram os argelinos, porém, quem controlaram a posse de bola e passaram a tentar insistentemente com cruzamentos na área dos Estados Unidos – a quem cabia o contra-ataque. Em um desses, mais uma chance inacreditável, quando Altidore fez grande jogada pela esquerda e cruzou rasteiro. A bola desviou na zaga e sobrou para Dempsey, que tocou com perfeição no canto esquerdo. Ou quase com perfeição: a bola tocou na parte de dentro da trave e ainda voltou para o próprio camisa 8, que, desequilibrado, de esquerda, bateu para fora apesar de o goleiro já estar batido.

Depois da incrível chance, o jogo aos poucos começou a tomar outra cara: a da pressão dos norte-americanos. Sobretudo depois da entrada de ainda outro centroavante, Edson Buddle, no lugar de Maurice Edu. O meio-campo, oficialmente, inexistia: era ataque de um lado, contra-ataque do outro. Chance perdida por Altidore – que cabeceou à queima-roupa para defesa de M’Bolhi aos 23 -, outra na mesma moeda para Karim Ziani, que invadiu a área e bateu cruzado, para fora, no lance seguinte.

Hora de pressão e tudo ou nada. Aos 35, Bob Bradley ainda colocou outro jogador ofensivo, DaMarcus Beasley, no lugar do lateral Jonathan Bornstein. Mas, àquela altura, mais do que de composição tática, era hora de abafa: bola na área, chute de longe, gente chegando ao ataque vinda de todo lado. Se com organização não tinha funcionado até então, seria assim que o gol – ou a essa altura melhor dizer milagre? – viria. Foi num cruzamento para a área, com toque de Altidore e defesa de M’Bohli, que a bola sobrou para Landon Donovan. O camisa 10, organizador cerebral das jogadas do time, ali foi artilheiro. Explodiu uma festa que parecia fadada a não acontecer.

Fonte:http://pt.fifa.com/


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